O crédito corporativo de longo prazo no Brasil foi, historicamente, liderado pelo BNDES, a partir da intermediação de recursos públicos. No início da década de 2010, duas importantes reformas foram introduzidas no mercado de capitais que promoveram o desenvolvimento da intermediação privada doméstica: a criação das debêntures incentivadas e a regulação das emissões de valores mobiliários com esforços restritos. As emissões se ampliaram, mas não decolaram, o que só ocorreu mais recentemente com a queda das taxas de juros no país. Em 2019, foram emitidos R$ 173 bilhões em debêntures corporativas, um volume superior a três vezes o total desembolsado pelo BNDES no mesmo ano, R$ 55 bilhões. Teria a liderança no financiamento corporativo de longo prazo migrado do BNDES para a intermediação privada do mercado de capitais e dos bancos? Quais desafios e limites essa nova potencial configuração pode trazer para o financiamento dos investimentos no país? O presente trabalho analisa a transformação recente do mercado de crédito corporativo de longo prazo no Brasil, com ênfase no período 2015-2020.

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