MÍDIA

Por Renan Lucio | Na Agência Sputnik

No mês passado, pegou muita gente de surpresa o anúncio do encerramento, neste ano, da produção da Ford Motor Company no Brasil, nas plantas de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e da Troller (Horizonte, CE). Em nota, a empresa, primeira fabricante de veículos a se instalar no país, há mais de 100 anos, anunciou, citando o ambiente econômico desfavorável, que pretende manter aqui apenas a sede administrativa da América do Sul, o campo de provas — ambos no estado de São Paulo — e seu centro de desenvolvimento de produto, na Bahia.

Segundo a Ford, a "pandemia da COVID-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas".

"A produção será encerrada imediatamente em Camaçari e Taubaté, mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. A fábrica da Troller em Horizonte continuará operando até o quarto trimestre de 2021. Como resultado, a Ford encerrará as vendas do EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques. As operações de manufatura na Argentina e no Uruguai e as organizações de vendas em outros mercados da América do Sul não serão impactadas", informou.

De acordo com o economista Marco Rocha, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a indústria brasileira vem perdendo competitividade de uma forma generalizada. E isso está relacionado, de um lado, a fatores que estão da porta da fábrica para fora, como, por exemplo, a falta de investimentos em infraestrutura, e também a fatores "que estão da porta da fábrica para dentro", como o fato de a indústria brasileira ter feito "uma atualização muito marginal em relação às mudanças que ocorreram no sistema industrial mundial nas últimas décadas".

Na conjuntura atual, isso se somou, segundo ele, a uma aproximação de uma mudança para um novo paradigma tecnológico, representando pela indústria 4.0, que está levando à reorganização de uma série de multinacionais, que inclui "uma espécie de racionalização estratégica dessas operações internacionais".

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