MÍDIA

 

Em entrevista concedida ao Nexo Jornal, a professora Simone Deos, da Unicamp, compartilhou suas análises e perspectivas sobre o impacto das políticas do governo Lula na recente alta do PIB brasileiro em 2023. Deos enfatizou o papel do agronegócio e das políticas de transferência de renda, além de discutir as preocupações com a sustentabilidade do crescimento econômico do país e os desafios para o ano seguinte, destacando a complexidade da situação econômica e a importância das decisões governamentais na manutenção do equilíbrio econômico.

O ano de 2023 marcou uma surpreendente alta no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, superando as expectativas iniciais dos especialistas. Este crescimento é analisado sob diversas perspectivas, considerando os fatores que contribuíram para tal resultado em um contexto de incertezas econômicas globais. A análise da professora Simone Deos, da Unicamp, oferece insights valiosos sobre o papel do governo Lula nesta conjuntura.

Os números fechados de 2023 foram muito diferentes das previsões do início do ano. Isso deve nos deixar com uma pulga atrás da orelha sobre a capacidade preditiva dos economistas. Um ano é muito tempo: muitas coisas acontecem, nacional e nternacionalmente. Há efeitos de política econômica, questões climáticas, questões relacionadas à economia internacional… São muitos fatores que concorrem e que explicam um determinado resultado.

De acordo com análise de Simone, em 2023, o grande responsável pelo crescimento além da expectativa foi o agronegócio. Não é algo que pode se atribuir ao novo governo. Isso é a soma de desenvolvimento do agro, comércio internacional, super safra… E isso tem encadeamentos sobre o setor de serviços, deu um impulso enorme na economia, sobretudo até metade do ano.

Outro destaque foi o consumo das famílias, que cresceu a despeito de uma política monetária muito apertada [juros altos]. As transferências de renda viabilizadas em função da PEC da Transição permitiram esse aumento — e isso é sim mérito do novo governo. O aumento real do salário mínimo também foi uma medida importante e acertada.

No entanto, Simone Deos expressa preocupação com a economia brasileira em 2024, apontando para a estagnação econômica após um impulso inicial em 2023. Ela destaca desafios como uma safra menos produtiva, crédito limitado devido a altas taxas de juros, inadimplência familiar, e restrições fiscais que impactam o crescimento. Apesar de reconhecer o potencial positivo do aumento real do salário, Deos é cautelosa quanto ao dinamismo econômico futuro, sugerindo que o crescimento em 2024 será inferior ao de 2023.

 

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