MÍDIA

UOL | Cesar Calejon, do blog "Entendendo Bolsonaro"

A emergência sanitária da Covid-19 despertou boa parte do mundo democrático para o papel insubstituível do Estado no atendimento aos mais vulneráveis e como elemento regulador da economia capitalista.

O governo brasileiro, entretanto, para além de ignorar concretamente a ameaça do vírus, despreza as suas lições, e segue amarrado a um fundamentalismo de mercado que, neste momento, retarda a recuperação do País.

No último domingo (5), Paulo Guedes, ministro da Economia e o oráculo da administração Bolsonaro para o setor, foi confrontado sobre a situação do desemprego no Brasil. "Três ou quatro grandes privatizações" foi a promessa de Guedes para atacar essa chaga nacional que perdura desde muito antes da pandemia.

Para entender os detalhes do que nos espera na área econômica durante os próximos meses, o blog conversou com Alex Wilhans Antonio Palludeto, professor do Instituto de Economia (IE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do Centro de Estudos de Relações Econômicas Internacionais (CERI).

"Em primeiro lugar, parece-me pouco provável que a equipe econômica do Ministério não esteja, desde logo, preocupada com o andamento das contas públicas. O que assistimos nas últimas semanas com relação aos debates e dificuldades no interior do governo (federal) quanto à implementação e à extensão dos programas de auxílio frente à pandemia revelam que o Ministério da Economia tem, sim, se preocupado com o tema e já tem sinalizado um ajuste fiscal para os próximos anos", afirma Palludeto.

"Ademais", prossegue o professor, "para além das medidas de auxílio já postas – bastante limitadas, a meu juízo – não vejo de que maneira o Ministério tem atacado 'frontalmente' o desemprego. As propostas de privatizações anunciadas certamente não contribuem para esse cenário, ainda que sejam colocadas pela equipe econômica como pré-condições indispensáveis para a retomada do crescimento econômico. Aliás, é importante destacar que, o que aqui agora se propõe, está na contramão do que temos assistido nas últimas décadas (em vários países do mundo): um processo de remunicipalização e renacionalização de diversos serviços (que haviam sido) anteriormente privatizados".

Leia a entrevista completa aqui.