MÍDIA

Artur Nicoceli | CNN Brasil

O dinheiro digital entrou no radar de bancos centrais de todo o mundo recentemente, inclusive do brasileiro.

Também chamado de CBDC (Central Bank Digital Currency ou moeda digital do banco central, na tradução livre), o ativo tem o mesmo valor do dinheiro físico.

No caso do Brasil, a tecnologia está em fase de estudos pelo Banco Central. A instituição anunciou neste mês, por meio da Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), a criação de um laboratório para avaliar possibilidades para uma versão brasileira do CBDC, que seria chamada de real digital.

O interesse dos BCs nas moedas digitais não está ligado somente à modernização do sistema. Há motivos “mais profundos” envolvidos nesse processo, segundo Fernando Nogueira Costa, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp e ex-vice-presidente de finanças e mercado de capitais da Caixa Econômica Federal.

“Os bancos centrais buscam soberania nacional, e um dos mecanismos para chegar nesse resultado é o monopólio da emissão de papel-moeda”, diz.

No Brasil, a Casa da Moeda atende toda a demanda do Banco Central. É assim também nas principais economias do mundo. Em alguns países, no entanto, é preciso importar parte do papel-moeda usado pela população.

Uma descentralização da produção, segundo especialistas, pode enfraquecer o sistema financeiro local, já que a entrega do dinheiro físico corre riscos, como instabilidades pontuais no país produtor, desvios e outros fatores que fogem do controle do BC.

Além disso, Nogueira explica que a moeda digital, independentemente do país onde é usada, terá a função de aprimorar o controle de fiscalização dos BCs sobre as economias locais. “O controle das transações digitais amplia o controle dos bancos centrais sobre a economia de seus países”, diz.

“Quando acontece a apreensão de armas nas favelas, por exemplo, a aquisição criminosa, muito provavelmente, não foi feita com dinheiro possível de ser monitorado pelo Banco Central, mas com criptomoeda ou moedas privadas, que não passam pela instituição”, diz.

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