A Câmara aprovou na semana passada a Medida Provisória que altera a cobrança de juros por parte do BNDES, o principal banco de fomento brasileiro. O texto, editado pelo governo de Michel Temer, cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituirá, a partir de 2018, a atual taxa do banco, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).

Fernando Nogueira da Costa, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, é crítico da medida. Para Costa, que foi vice-presidente de Finanças e Mercado de Capitais da Caixa Econômica Federal entre 2003 e 2007, o empréstimo subsidiado do BNDES se justificava, "porque gera crescimento econômico, portanto aumenta a arrecadação fiscal".

O professor da Unicamp é um defensor da função desenvolvimentista dos bancos de fomento, ameaçada com o fim do subsídio, e avalia que as políticas econômicas devem convergir para um objetivo comum de estimular a economia – e não apenas reforçar práticas que só beneficiam o mercado. Para o economista, "os tecnocratas só olham as finanças públicas, o Banco Central só olha o efeito sobre a taxa de inflação. E esse é o meu ponto: a economia deve ser analisada como um sistema complexo, com vários componentes e conflitos", afirma.

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