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Tiago Pereira | Rede Brasil Atual

Os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e da China, Xi Jinping, selaram no domingo (6) a entrada do país latino-americano nas chamadas Novas Rotas da Seda. Os acordos de cooperação econômica devem render cerca de US$ 23,7 bilhões de investimentos à Argentina nos próximos anos. A primeira parte do acordo, já aprovado, prevê US$ 14 milhões investidos em 10 projetos de infraestrutura. Os outros US$ 9,7 bilhões servirão para ampliar a integração econômica entre os dois países.

Pelas redes sociais, Fernández disse que teve uma reunião “cordial, amistosa e frutífera”. O encontro em Pequim também marcou os 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países. Além disso, o presidente argentino destacou a intenção dos países de ampliarem a utilização das moedas locais nos investimentos e nas trocas comerciais. Dessa maneira, também sinalizou como “crucial” o apoio de Pequim à renegociação da Argentina com o FMI.

Os chineses vão financiar, por exemplo, a construção da quarta usina nuclear do país sul-americano, pelo valor de US$ 8 bilhões. Trata-se de uma entre a estatal argentina Nucleoelétrica Argentina e a Corporação Nuclear Nacional da China. A usina de Atucha III, que ficará localizada em Lima, 100 quilômetros ao norte de Buenos Aires, terá 1.200 megawatts. O empreendimento deve criar até 7 mil empregos e terá 40% de conteúdo nacional argentino.

Durante a viagem à Pequim, ademais, fontes dos dois governo também confirmaram que a companhia chinesa Xiaomi deve iniciar a produção de smartphones na Argentina. Os equipamentos serão feitos em parceria com a Etercor, que possui fábrica de componentes eletrônicos na Terra do Fogo, província ao sul do país. O anúncio oficial deve ocorrer nos próximos 60 dias.

“Argentina sai na frente com entrada na Nova Rota da Seda, obtendo vários investimentos no país”, tuitou o economista Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Também é uma forma, segundo ele, de o país vizinho se livrar da “asfixia” promovida por instituições comandadas pelos Estados Unidos, como o FMI e o Banco Mundial.

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